Pesquisando sobre o estilo de ANNA DELLO RUSSO, Diretora de Moda e Consultora Criativa da Vogue Nippon, uma das favoritas dos blogs de street style como Jak & Jill e The Sartorialist, me lembrei de um post que muito há tempos queria escrever aqui: O street style e os Neodândis.
Estilo nas ruas ou moda nas ruas, pessoas comuns que se vestem com estilo e se deixam fotografar, propositalmente ou não, interpretando tendências de moda.
E os Neodândis, há vou deixar a Constanza Pascolato explicar. Na vogue de fevereiro ela explica tudo direitinho esse novo fenômeno da moda.
"Entre esses novos heróis da idade da internet está Anna Dello Russo, diretora de moda da Vogue Japão. Ela declarou à Interview que, em outros tempos, para assistir à temporada de desfiles do Hemisfério Norte precisava de 30 looks. Hoje, diz, são necessários 90", escreveu Costanza. Chamados neodândis, os tais "novos heróis" transformam suas roupas em happenings estéticos e levam a ideia de arte performática para o guarda-roupa e o cotidiano. Mas atenção: segundo ela, estes não são os fashionistas: são as pessoas para quem os fashionistas olham.
"Novos personagens mobilizam a frenética - e praticamente inviolável - elite da moda. No cenário dos velozes meios de comunicação contemporâneos, eles promovem, ao se vestirem, verdadeiros happenings estéticos. São protagonistas da performance art do cotidiano, autênticos dândis da era digital do século 21, dignos herdeiros de Beau Brummell (1778-1840), o excêntrico lorde inglês cujas roupas e posturas impecáveis davam o que falar em Paris, no século 18." E tal qual Brummell - que, certa vez, declarou: "I have no talents other than to dress; my genius is in the wearing of clothes" - para os neodândis é essencial mostrar o excepcional talento que possuem para se vestir, interpretando as tendências das passarelas de maneira superpessoal, única. "Ao contrário de ícones do establishment de moda - como Anna Wintour, Karl Lagerfeld ou Valentino, por exemplo, célebres por suas obras e personalidades -, os novos dândis se valem de aparências cuidadosamente desenvolvidas com narcisismo cool para acontecer de verdade", analisa Costanza.
"Para o fashionista, esses novos ex-desconhecidos têm mais valor que uma starlet hollywoodiana. O motivo: ao exibirem extraordinários e poderosos estilos individuais, eles abastecem o espectador agilmente com novidades e satisfazem sua ânsia de identificação - por meio da cópia." E disso ninguém duvida, dada a profusão de blogs de street style mais ou menos reconhecidos, que vem surgindo diariamente no mundo todo - com seus respectivos autores, anônimos alçados à fama momentânea por seguidores que idolatram seus guarda-roupas e seus "egoshots" trends.
E digo isso sem nenhum desprezo. Afinal, quem não acessa (nem que seja de vez em quando) o blog de algum estiloso sei-lá-quem pra ficar babando nas produções? E quantas referências bacanas e formas interessantes de se vestir não se tira desses dândis-narcisistas-contemporâneos? Muitas. Porque é para isto mesmo que os blogs de street style servem: para inspirar.
Que bom que há quem viva a vida assim. Aproveitemos.
Fonte: Luísa Fedrizzi - jornalista, leitora voraz e escritora eventual. Dedica-se à moda e à arte - de preferência, ao mesmo tempo. Twitter (www.twitter.com/lulifedrizzi).
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